Matrix (1999)
O filme Matrix, lançado em março de 1999, é ambientado num futuro próximo, onde Thomas Anderson (Keanu Reeves), é um jovem programador de computador que mora em um apartamento escuro, e vive uma vida dupla: durante o dia é um programador conhecido como Thomas Anderson, e à noite é um hacker conhecido apenas por Neo. Ele é frequentemente atormentado por estranhos pesadelos nos quais se encontra conectado por cabos e contra sua vontade, em um grande sistema de computadores do futuro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Thomas tem um encontro com uma mulher, Trinity, que o convence a desvendar o mistério que o cerca e assim descobrir o que é a Matrix. É assim que ele chega ao enigmático líder dos homens de couro conhecido como Morpheus. Por meio desse encontro Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheu acredita de que Thomas é Neo, o messias capaz de acabar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade. Depois desse encontro, o desenrolar do filme envolve muita ação, perseguições, planos e estratégias a fim de destruir a Matrix e efetivamente trazer a espécie humana de volta à realidade. Ao analisar o filme é notável que a questão do real e virtual figuram como pontos chaves da trama. O filme traz à tona uma metáfora: É necessário que os indivíduos despertem do sistema e a maioria não está pronta para acordar. É preciso libertar a mente do medo, da dúvida e da descrença.
No filme há o estímulo que fera manifestações do comportamento. Os humanos são controlados e condicionados pelas máquinas a permanecerem submissos e isso é feito de modo tão intenso que essas pessoas não se dão contam que suas ações, na verdade, não existem, ou seja, que não há um mundo real ou um comportamento de fato. O behaviorismo, corrente surgida nos Estados Unidos da América, no início do século XX, propunha que a psicologia não deveria estudar processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista. Vigorava o modelo behaviorista de S-R, ou seja, de resposta a um estímulo, motor gerador do comportamento humano, logo, qualquer modificação orgânica resultante de um estímulo do meio-ambiente pode provocar as manifestações do comportamento, principalmente mudanças no sistema glandular e também no motor. Resguardando algumas diferenças, como o fato de que no filme os humanos encontravam-se em um estado de “coma induzido”, acabam respondendo aos estímulos recebidos. No caso do personagem principal, Neo, enquanto ele ainda está adormecido, conectado às máquinas, os sinais enviados por Morpheu vão gerando estímulos, interferindo na sua mente, no seu modo de perceber o mundo e gerando dúvidas que passam a vir à tona intensamente. Nos testes na 'caixa de Skinner' (experimentos com ratinhos), onde objetiva-se estudar o condicionamento e resposta psicológica. O rato em uma gaiola com duas salas, separadas por uma pequena porta. A primeira parte do condicionamento consiste em dar um sinal visual e auditivo (campainha luminosa) cinco segundos antes de liberar um choque no chão da sala em que o rato se encontra.
Em pouco tempo, o rato aprende que toda vez que o sinal tocar ele deve ir para outra sala para fugir do choque. Ele não apresenta nenhuma deterioração física ou mental, enquanto tem a opção de ir para outra sala. No entanto, quando fecham a porta e ele percebe o sinal e não pode mais escapar do choque, aparecem sinais de estresse e até de deterioração física.
Como experiência behaviorista, esse experimento serve perfeitamente bem para compreender a vida dos seres humanos. Quando estamos em uma situação de estresse e não temos com quem nos confrontar, apresentamos psicopatologias (depressão, neuroses, paranóia ou até esquizofrenia). Como dito anteriormente, Neo, influenciado pelos sinais, pelos sonhos provocados e pelos estímulos que Morpheu o enviava, se propôs a descobrir a verdade sobre o mundo, sobre o que representava a Matrix e os mistérios que a envolviam.
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