sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DICA DE FILME!

Matrix (1999)


O filme Matrix, lançado em março de 1999, é ambientado num futuro próximo, onde Thomas Anderson (Keanu Reeves), é um jovem programador de computador que mora em um apartamento escuro, e vive uma vida dupla: durante o dia é um programador conhecido como Thomas Anderson, e à noite é um hacker conhecido apenas por Neo. Ele é frequentemente atormentado por estranhos pesadelos nos quais se encontra conectado por cabos e contra sua vontade, em um grande sistema de computadores do futuro. À medida que o sonho se repete, Anderson começa a ter dúvidas sobre a realidade. Thomas tem um encontro com uma mulher, Trinity, que o convence a desvendar o mistério que o cerca e assim descobrir o que é a Matrix. É assim que ele chega ao enigmático líder dos homens de couro conhecido como Morpheus. Por meio desse encontro Thomas descobre que é, assim como outras pessoas, vítima do Matrix, um sistema inteligente e artificial que manipula a mente das pessoas, criando a ilusão de um mundo real enquanto usa os cérebros e corpos dos indivíduos para produzir energia. Morpheu acredita de que Thomas é Neo, o messias capaz de acabar o Matrix e conduzir as pessoas de volta à realidade e à liberdade. Depois desse encontro, o desenrolar do filme envolve muita ação, perseguições, planos e estratégias a fim de destruir a Matrix e efetivamente trazer a espécie humana de volta à realidade. Ao analisar o filme é notável que a questão do real e virtual figuram como pontos chaves da trama. O filme traz à tona uma metáfora: É necessário que os indivíduos despertem do sistema e a maioria não está pronta para acordar. É preciso libertar a mente do medo, da dúvida e da descrença.


No filme há o estímulo que fera manifestações do comportamento. Os humanos são controlados e condicionados pelas máquinas a permanecerem submissos e isso é feito de modo tão intenso que essas pessoas não se dão contam que suas ações, na verdade, não existem, ou seja, que não há um mundo real ou um comportamento de fato. O behaviorismo, corrente surgida nos Estados Unidos da América, no início do século XX, propunha que a psicologia não deveria estudar processos internos da mente, mas sim o comportamento, pois este é visível e, portanto, passível de observação por uma ciência positivista. Vigorava o modelo behaviorista de S-R, ou seja, de resposta a um estímulo, motor gerador do comportamento humano, logo, qualquer modificação orgânica resultante de um estímulo do meio-ambiente pode provocar as manifestações do comportamento, principalmente mudanças no sistema glandular e também no motor. Resguardando algumas diferenças, como o fato de que no filme os humanos encontravam-se em um estado de “coma induzido”, acabam respondendo aos estímulos recebidos. No caso do personagem principal, Neo, enquanto ele ainda está adormecido, conectado às máquinas, os sinais enviados por Morpheu vão gerando estímulos, interferindo na sua mente, no seu modo de perceber o mundo e gerando dúvidas que passam a vir à tona intensamente. Nos testes na 'caixa de Skinner' (experimentos com ratinhos), onde objetiva-se estudar o condicionamento e resposta psicológica. O rato em uma gaiola com duas salas, separadas por uma pequena porta. A primeira parte do condicionamento consiste em dar um sinal visual e auditivo (campainha luminosa) cinco segundos antes de liberar um choque no chão da sala em que o rato se encontra.

Em pouco tempo, o rato aprende que toda vez que o sinal tocar ele deve ir para outra sala para fugir do choque. Ele não apresenta nenhuma deterioração física ou mental, enquanto tem a opção de ir para outra sala. No entanto, quando fecham a porta e ele percebe o sinal e não pode mais escapar do choque, aparecem sinais de estresse e até de deterioração física.


Como experiência behaviorista, esse experimento serve perfeitamente bem para compreender a vida dos seres humanos. Quando estamos em uma situação de estresse e não temos com quem nos confrontar, apresentamos psicopatologias (depressão, neuroses, paranóia ou até esquizofrenia). Como dito anteriormente, Neo, influenciado pelos sinais, pelos sonhos provocados e pelos estímulos que Morpheu o enviava, se propôs a descobrir a verdade sobre o mundo, sobre o que representava a Matrix e os mistérios que a envolviam.





DICA DE FILME!

O Sexto Sentido (1999)


O filme tem como cenário a cidade da Filadélfia e tudo começa quando o Dr. Malcolm Crowe e sua esposa Anna estão comemorando um prêmio que ele acaba de receber do prefeito da cidade por sua brilhante atuação no campo da psicologia infantil. É então que Vincent, um antigo paciente do Dr. Malcolm (que considera o rapaz seu maior fracasso do ponto-de-vista terapêutico), invade sua casa e o fere, se matando em seguida. Um ano se passa e o Dr. Crowe luta para recuperar sua auto-confiança. Ele agora está tratando de um garoto de nove anos chamado Cole Sear, um menino retraído que diz ver coisas e que, para desespero de sua mãe, parece viver em eterno pânico. Assim, através do filme vamos acompanhar o relacionamento que vai sendo estabelecido entre Malcolm e Cole e o distanciamento que surge entre o psicólogo e sua esposa - que, para seu desespero, está prestes a se entregar a um novo romance. Durante o filme nenhuma informação é gratuita e muitas delas passam desapercebidas até que, de repente, percebemos que algo relevante havia sido dito há muito tempo, levando-nos a recapitular tudo o que se passou até então, numa tentativa deliciosa de remontar o intrigante quebra-cabeças proposto pela trama.


O filme se concentra na questão medo. E nada nos dá mais medo do que o desconhecido. Cole só conseguirá sobreviver se conseguir dialogar com seus medos. O medo é em última instância um limite. Apenas aprendendo a conviver com nossos medos, mesmo que nos seja impossível superá-los (Cole não deixou de ver os espíritos!), é que podemos sobreviver. Como Cole disse, "eu não quero mais viver com medo". Isto é, ele não precisa ter medo de seus medos. Ele precisa conviver com o fato de ser diferente dos outros meninos. Só assim ele poderá ser um menino como qualquer outro. Cole fugia dos espíritos, porque achava ruim confrontá-los. De fato, é desagradável conviver com nossos medos, mas sem fazê-los, eles nos atormentam ainda mais. Um filme sobre o medo necessariamente deve esbarrar sobre o medo do desconhecido e serve como reflexão para aprendermos a enfrentar melhor nossos medos e dificuldades.

DICA DE FILME!

Laranja Mecânica (1971)

 

Inspirado no livro A Laranja Mecânica do escritor Anthony Burgess. A história se passa na Inglaterra, em um tempo não determinado, e conta a vida de Alexander DeLarge. Num futuro, em uma sociedade capitalista mas ainda assim totalitária, Alex e seus droogs são uma gang de adolescentes e cometem uma lista de barbaridades por onde passam. Alex é um jovem amante de música clássica, em especial de Beethoven, e de violência.

Durante um assalto, Alex é preso e sentenciado a 14 anos de prisão quando é traído pelos seus companheiros de gangue e após ter cometido involuntariamente um assassinato, Alex é preso e tratado como uma cobaia humana ao ser submetido ao controverso tratamento Ludovico que tem como objetivo torná-lo um cidadão de bem como outro qualquer.

Através do método de condicionamento, os médicos têm como objetivo transformar suas características, antes violento e desumano a humilde e fraterno, utilizando técnicas de estímulos visuais e sonoros.
Após o tratamento, Alex é solto, porém não consegue se adaptar a sociedade – que se encontra no auge da violência - com seu novo comportamento, apesar de desejar utilizar violência em certas situações, não consegue o que lhe causa grande mal estar (náuseas e vômitos).


 Um grande problema é que por ter sido um arruaceiro e ter causado mal a grande quantidade de pessoas, quando retorna do tratamento, essas aproveitam a sua incapacidade de cometer o mal, mesmo que seja em defesa própria, para cometer atos tão condenáveis quanto os que ele praticava.Outro fato interessante, é que o efeito colateral do tratamento era intensificado quando ouvia música, para Alex a situação se torna tão insuportável que ele tenta cometer suicídio.

O Behaviorismo defende que a mente humana, no que diz à aprendizagem pode ser condicionada atreves desses estímulos (visual e sonoro), porém uma vez associados, haverá grande dificuldade de desfazer.


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Behaviorismo: Teoria Comportamental

O que é o Behaviorismo?


É o termo utilizado para agrupar as diversas correntes de pensamento na Psicologia que tem como unidade conceitual o comportamento, mesmo que com diferentes concepções sobre o que é o comportamento.

Relaciona-se com o aprendizado de hábitos, convivência etc, e baseia-se no E>R, ou seja, para cada estímulo, há uma resposta.

Como e quando surgiu?


Antes do surgimento do Behaviorismo, os objetos de estudo da Psicologia eram o mentalismo, a consciência e a psyché. O principal método empregado para estudar o interior humano era a introspecção.

O Behaviorismo surgiu nos Estados Unidos da América, no início do século XX. Considera-se o marco de sua origem a publicação no periódico Psychological Record , em 1913, do artigo “Psychology as the behaviorist views it” de John Broadus Watson (1878-1958). Na época, a comunidade científica, sobretudo a norte-americana, demandava uma maior objetividade nos estudos do comportamento humano e vários pesquisadores tentaram elaborar uma forma de Psicologia que atendesse a essa demanda. Woodworth(em 1899), Pierón (em 1904) e Cattel (no Congresso de Artes e Ciências de Saint Louis em 1904) são alguns exemplos.

Em 1911, Max Meyer, considerado um dos precursores mais diretos do Behaviorismo, publicou “The fundamental laws of human behavior”. O funcionalismo de William James, que estava em ascensão, também contribuía no sentido da defesa da objetividade. Watson, através de seu manifesto, reuniu pensamentos antes dispersos e estabeleceu as bases de uma nova visão de Psicologia como ramo das ciências naturais.




Tipos de Behaviorismo


  Metodológico


Consiste na teoria explicativa do comportamento publicamente observável da Psicologia, a qual postula que esta deve ocupar-se do comportamento animal (humano e não humano) apenas quando for possível uma observação pública para obter uma mensuração, ao invés de ocupar-se dos estados mentais que possam gerar ou influenciar tais comportamentos.

Assim o behaviorismo metodológico acredita na existência da mente, mas a ignora em suas explicações sobre o comportamento. Para o behaviorismo metodológico os estados mentais não se classificam como objetos de estudo empírico. Seus postulados foram formulados predominantemente pelo psicólogo americano John Watson.

Em oposição ao Behaviorismo metodológico foi proposto o Behaviorismo radical, desenvolvido por Burrhus F. Skinner  


Behaviorismo Radical


O Behaviorismo Radical consiste numa filosofia da Psicologia, a qual se propõe a explicar o comportamento animal (humano e não humano) com base no modelo de seleção por consequências e nos princípios do comportamento postulados pela Análise Experimental do Comportamento (AEC).

O nome que mais fortemente está associado a esta linha do behaviorismo é o de Burrhus Frederic Skinner.


Filosófico


O behaviorismo filosófico consiste na teoria analítica que trata do sentido e da semântica das estruturas de pensamento e dos conceitos. Defende que a idéia de estado mental, ou disposição mental, é na verdade a idéia de disposição comportamental ou tendências comportamentais. Nesta concepção, são analisados os estados mentais intencionais e representativos.

 Esta linha de pensamento fundamenta-se basicamente nos postulados de Ryle e Wittgenstein.


Neobehaviorismo


Em 1940 surgiu o neo-behaviorismo, mais minucioso experimentalmente e baseado na teoria do comportamento adaptado de Pavlov.

Pavlov descreveu o processo do condicionamento clássico o qual consiste na substituição de estímulos: "Um estímulo, antes neutro, adquire o poder de eliciar a resposta que originalmente era eliciada por outro estímulo". Skinner chama o experimento pavloviano de condicionamento do tipo S e o seu de tipo R. No primeiro tipo as respostas são eliciadas (respondentes) e no segundo, emitidas (operantes).

O reforço no condicionamento operante é dado após a resposta exigida, quando aparece a resposta condicionada. A ação do organismo produz o agente que reforça. Portanto, o condicionamento do tipo S diz respeito a respostas do sistema nervoso autônomo e o do tipo R ao comportamento motor (músculos estriados).

 Tipos de Reforços


 a) Reforço Positivo: é aquele que apresentado a uma situação favorece o surgimento da resposta operante. Água e alimento, por exemplo.

 b) Reforço Negativo: é um estímulo que, removido, fortalece a probabilidade de uma resposta operante. Choque elétrico, calor ou frio intenso, barulho etc.

 c) De Intervalo: é o reforço intermitente apresentado em intervalos fixos de tempo (de 5 em 5 minutos, por exemplo).

 d) De Razão: o reforço é apresentado em intervalos de tempo padrão, após um número x de respostas.

No experimento do rato na caixa, um pedaço de queijo reforça a pressão da barra. Ele só aparece quando o rato pressionar a barra e se for suspenso, dar-se-á a extinção do operante. O rato também pode discriminar: só recebe alimento quando a barra é pressionada e uma lâmpada acende; quando pressiona no escuro, não. Por discriminação, só pressionará com a lâmpada acesa.




A teoria de Skinner teve pronta aceitação porque na prática o reforço é dado justamente pela ação do indivíduo. O pai só elogia o filho quando este dá a resposta esperada; o filho, fazendo o desejado pelo pai recebe o prêmio, a recompensa ou reforço positivo. E vai aprendendo a buscar o incentivo positivo com diferentes tipos de comportamento.

Uma série de operantes podem ser estabelecidos, com reforços primários e secundários (alimentos e palavras, por exemplo), formando encadeamentos. Através de sucessivas aproximações é possível obter-se uma seqüência desejada.


Para o behaviorismo, o organismo se parece com um responding (um ser respondente) às condições (estímulos), produto de processos ambientais e internos. O objeto da Psicologia tinha sido até então a alma, ou a consciência, a mente.



A personalidade para o behaviorista é um conjunto, um sistema de hábitos condicionados através de reforços positivos e negativos. A maior importância é dada aos fatores ambientais e a hereditariedade é relegada para segundo plano. Para o behaviorismo ou neo-behaviorismo o ser humano é produto do ambiente e essa afirmação é valida no sentido bem radical.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Gestalt: A psicologia da forma


 

O que é a Gestalt?


A Gestalt ou psicologia da forma faz referência a um processo de dar forma, de representar ao que pela visão nos é exposto. Assim, a Gestalt afirma que a soma das partes não representa o todo, mas origina uma compreensão autônoma e com característica próprias. A Gestalt surge como uma negação da fragmentação das ações e processos humanos, realizada pelas tendências da Psicologia científica do século 19, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade. A Gestalt é a tendência teórica mais ligada à filosofia.

Quando e onde surgiu?


O seu surgimento se deu na Europa no início do século XX  a partir dos experimentos de Max Wertheimer (1880-1943), Kurt Koffka (1886-1940) e Wolfgang Köhler (1887-1967) que deram origem as Leis da Gestalt e tem como premissa dois conceitos fundamentais, quais sejam os da supersoma e transponibilidade.

De acordo com a transponibilidade, temos que a forma é preponderante na composição dos objetos em detrimento dos elementos constitutivos, ou seja, quando pensamos nas letras a, m, o, r, a compreensão humana vai além de um simples agregado de letras, mas resgata todas as experiências e sentimentos, os símbolos e memórias relativos ao sentimento amor, mas que não estão presentes nas letras em si.

Quais as leis?


A percepção é um processo cerebral espontâneo que foi observado a fim de buscar regularidades capazes de reger esse comportamento de conhecer os objetos. A partir dessa análise, foram traçadas as Leis da Gestalt, que são os seus fundamentos básicos:

Semelhança

Os objetos semelhantes tem a tendência a permanecer juntos, agrupando-se entre si tanto nas cores, texturas ou impressões de massa destes elementos. Aí tem-se um fato de harmonia ou de desarmonia visual. Aqui vemos colunas de círculos de cores diferentes e colunas de quadrados azuis. Poucos irão associar a imagem a linhas de círculos e quadrados alternados.

Proximidade

Os pontos mais próximos entre si de uma imagem tendem a ser agrupados e vistos individualmente.





Continuidade ou Boa Continuidade

Os pontos contíguos são conectados por uma linha reta ou curva e são vistos de forma suave a fim de obter um alinhamento harmônico.



 

 

Pregnância

A mais importante de todas, possivelmente, ou pelo menos a mais sintética. Diz que todas as formas tendem a ser percebidas em seu caráter mais simples: uma espada e um escudo podem tornar-se uma reta e um círculo, e um homem pode ser um aglomerado de formas geométricas. É o princípio da simplificação natural da percepção. Quanto mais simples, mais facilmente é assimilada: desta forma, a parte mais facilmente compreendida em um desenho é a mais regular, que requer menos simplificação.



Lei do Fechamento

Os elementos são agregados sempre que tenderem a se completar a fim e garantir a sua compreensão. A mente tende a completude das formas, mesmo quando ela não existe. Nesse caso, tendemos a ver um círculo, ao invés de linhas isoladas.




 

 

Lei da Unificação

A mente humana preenche espaços vazios em imagens abstratas.


Experiência Fechada

Inspirada pelo atomismo, esta lei determina que quando já conhecemos as formas a sua compreensão será facilitada graças as associações das imagens visualizadas com as vivências pregressas. Da mesma forma, a experiência passada favorece a compreensão metonímica: se já tivermos visto a forma inteira de um elemento, ao visualizarmos somente uma parte dele reproduziremos esta forma inteira na memória.


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